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domingo, 7 de agosto de 2011

Acontecimentos no ano de 1214

  • O primeiro testamento de D.Afonso II
Em nome de Deus. Eu, rei D. Afonso, pela graça de Deus rei de Portugal estando
são e salvo, temendo o dia da minha morte, para a salvação da minha alma e para proveito de minha mulher, a rainha D. Orraca e de meus filhos e de meus vassalos e de todo o meu reino, fiz meu testamento para que depois de minha morte, minha mulher e meus filhos e meu reino e meus vassalos e todas aquelas coisas que Deus me deu para governar estejam em paz e em tranquilidade.

Primeiramente mando que meu filho, infante D. Sancho, que tenho da rainha D. Orraca assuma o meu reino inteiramente e em paz. E se este morrer sem deixar descendentes, filho mais velho que houver da rainha D. Orraca tenha o meu reino inteiramente e em paz.

E se não tivermos filho homem, a filha mais velha que tivermos,assuma o reino. E se no tempo da minha morte, meu filho ou minha filha que deve reinar não tiver idade, esteja o reino em poder da rainha, sua mãe.

E meu reino siga em poder da rainha e de meus vassalos até quando cheguem à idade. E se eu morrer,rogo ao papa, como padre e senhor e beijo a terra ante seus pés para que ele receba sob sua guarda e sob sua proteção a rainha e meus filhos e meu reino. E se eu e a rainha morrermos, rogo e peço que meus filhos e o reino sigam sob sua protecção.

Este Testamento de D. Afonso II é um dos textos mais antigos escritos totalmente em Língua Portuguesa e foi redigido em 27 Junho de 1214, em Coimbra e foi o primeiro de três, sendo os seguintes redigidos em Santarém.

A saúde débil do rei são a causa principal da redacção desses três documentos em apenas 12 anos, mas a sua redacção também coincide com determinados momentos do seu reinado

Foram feitas 13 cópias e entregues a a diferentes personalidades, mas apenas 2 cópias chegaram aos nosso dias.

Como se viu nomeou o seu primogénito Sancho como herdeiro, seguindo-se os filhos varões e só depois as filhas, Ao Papa pedira protecção e neste caso não se tratava de assumir uma formula habitual, mas sim uma certa continuidade na confirmação do reino que outorgada em 1212.

1 comentário:

  1. Muito interessante. Viajei pelo blog e gostei muito. Também eu passo a vida a ler informações sobre a nossa História. Tive um livro, muito interessante, que a relatava da perspectiva do povo de autoria de Flausino Torres. Uma obra proibida antes do 25 de Abril, que eu, estupidamente, emprestei e nunca mais recuperei. O autor foi pai do antropólogo César Torres, que impulsionou a fundação do museu de Mértola. Cheguei a tentar entrar em contacto com ele, referindo a vontade de comprar de novo o livro, mas ele não respondeu. O autor esteve exilado e chegou a ser professor universitário na Checoslováquia. Mas, sobretudo, quero dar-te os Parabéns pelo teu blog que vou passar a ler atentamente. Um abraço da Amélia

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