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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1212

  • Inicio da hostilidades pelo testamento de D.Sancho I

O facto mais marcante do reinado de D.Afonso II prende-se com o cumprimento do testamento de D.Sancho I, qe marcou o relativamente curto reinado de D.Afonso.

Tanto o rei cmo suas tias estavam obrigados a nomear um conjunto de procuradores, do quais se destacam por parte das infantas o rei de Leão Afonso IX

Dentre os filhos secundogénitos de Sancho I, que receberam apenas objectos, vestuário e lembranças pecuniárias, Pedro Sanches, diante de tão desfavorável legado, pôs-se a serviço do rei de Leão, e D. Fernando, que se exíliou em Flandres, onde viria a casar-se com Joana e tornando-se o conde dessa região

A bula que com mais pormenor descreve o ocorrido nos primeiros meses do conflito, data de 31 de Agosto de 1212 pois nela Inocêncio III relata os apelos que os procurador lhe tinham feito chegar, sobre a impossibilidade das infantas tomarem posse das terras que lhes foram deixadas: Montemor-o-Velho à infanta Teresa, Alenquer à infanta D. Sancha e os mosteiros de Bouças e de Arouca e a herdade de Seia à infanta D. Mafalda.

A questão referente ao cumprimento do testamento de Sancho I reveste-se de
grande importância para caracterizar a inflexibilidade de Afonso II, na manutenção da
integridade do património régio num ambiente político-jurídico em que o entendimento da transmissão agnática da propriedade não estava ainda sedimentado, o que fornece um primeiro indício do sentido da política empreendida por esse rei: salvaguardar as prerrogativas do poder régio face aos demais focos de poder que com ele concorriam.

Diante da exigência régia de prestar um juramento de obediência, mediado por seus alcaides e o pagamento dos direitos devidos à coroa, para que pudessem ter a posse das terras que lhes foram deixadas, as infantas D. Teresa e D. Mafalda que ao pediram a protecção de Inocêncio III, tinham motivado a bula que refiro.

  • Invasão leonesa de Trás-os-montes

Após conquistar Averis e pôr cerco a Alenquer e Montemór-o-velho, motivado pela renuncia de suas irmãs em lhe restituírem as terras, Afonso II desencadeou conflitos militares que impeliram seu irmão, Pedro Sanches, auxiliado por Afonso IX, a apoderar-se de várias povoações em Trás-os-Montes.

Precisamente numa altura em que D. Afonso II enviara para Castela a maior parte das suas tropas a fim de auxiliar Afonso VIII na sua luta contra os mouros como se pode ler no relato sobre a Batalha de Navas de Tolosa

Valeu a D. Afonso II o desfecho positivo em Navas de Tolosa que o salvou de ficar à mercê dos partidários das infantas, e a derrota esmagadora que os aliados (castelhanos e portugueses) infligiram aos sarracenos.

A guerra com o reino de Leão só veio a cessar definitivamente após a morte de Afonso IX, mas foi entrecortada por momentos de trégua, mediados pelo rei de Castela, quem, cumprindo os deveres de fidelidade para com Afonso II, já que era seu genro por ter desposado sua filha D. Urraca, conseguiu acordo de paz, no qual o rei de Leão se comprometeu a devolver os castelos por ele conquistados

Fontes : RODRIGO PELAIS BANHOZ-CONCEPÇÕES DE PODER EM AFONSO II, REI DE PORTUGAL(1211-1223):FONTES JURÍDICAS RÉGIA E CONCELHIA.

  • Batalha de Navas de Tolosa
Em 16 de Julho, ocorreu a importante batalha de Navas de Tolosa. Esta foi convocada, como cruzada peninsular, pelo Papa Inocêncio III, sob influência de Afonso VIII de Castela e do Arcebispo de Toledo Rodrigo Ximénez de Rada.

Nessa altura, a Península Ibérica estava ameaçada pelos Almóadas, comandados pelo Califa Muhammad An-Nasir. Acudiram pessoalmente à chamada os reis de Castela (Afonso VIII), de Navarra (Sancho VII) e de Aragão (Pedro II).

Igualmente estiveram presentes nobres leoneses e outras tropas além Pirinéus. D. Afonso II enviou um exército comandado por Gomes Ramires, Mestre Provincial da Ordem Templária

Com este foram todas as Ordens Militares de Portugal e tropas dos concelhos (milícias municipais, sobretudo peões). Infelizmente, Gomes Ramires pereceu três dias depois do confronto, em resultado de graves ferimentos.

A Batalha de Navas de Tolosa teve além disso como consequência que Afonso VIII de Castela e Afonso II de Portugal ficaram com gente disponível em quantidade bastante para fazer a vida negra a Afonso IX de Leão o qual, que se mostrara anteriormente bastante agressivo para ambos, pensou melhor e resolveu voltar para Leão a toda a pressa, abandonando por completo os interesses da sua ex-esposa D. Teresa.

Voltou-se então D. Afonso II novamente contra as irmãs, mas estas entretanto tinham-se solidamente fortificado nos seus castelos de Alenquer e Montemor-o-Velho onde desafiavam a ira do rei.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1211


  • Subida ao trono e a cúria de Coimbra

D,Sancho I morrera em Coimbra provavelmente a 26 de Março , muito embora as últimas notícias da presença do rei doente mas vivo, reportem a Santarém , onde o rei permanecia desde Dezembro de 1210, Contudo a avaliar por crónica de Rui de Pina sustenta-se a tese da morte em Coimbra.

A primeira referência à autoridade régia de D.Afonso e simultâneamente estabelece um baliza na datação da morte de seu pai, diz respeito a uma doação de D.Afonso a 30 de Junho ao mestre da ordem de Évora pelo qual o rei lhes outorgava a posse de Avis.

Nos primeiros meses após a morte de seu pai, D.Afonso supõem-se reúne-se com a principal nobreza, muito embora não haja referencia dos cronistas a tal acontecimento.

A falta de noticias sobre as reuniões da cúria, nessa altura , denotam por certo, as dificuldades que D.Afonso terá sofrido nessa ocasião, especialmente no que aos problemas com os seus irmãos por força do testamento de seu pai.

Os documentos saídos nesses primeiros tempos de reinado, contemplaram em 2 situações executores testamentários de D.Sancho, refiro o prior de Santa Cruz e o abade de Alcobaça, com privilégios diversos e a influente ordem de Évora, são sintomáticos da preocupação em recompensar apoios.

  • Nascimento de D.Leonor 3º filho
A única filha de Afonso e Urraca de Castela ficou órfã de mãe aos 9 anos e á semelhança de sua tia Berengária, que casou com o rei da Dinamarca Valdemar II, também ela casou em 1229 com Valdemar III, precisamente o enteado de sua tia.

No entanto desta vez, o casamento não foi tão bem sucedido como o anterior pois em 1231 faleceram Valdemar III em acidente de caça e Leonor de parto, bem como o filho. A exumação das ossadas feita bem mais tarde viria a revelar uma doença degenerativa nos ossos, em estado bastante avançado, tal como seu pai e seu avô